Tudo porque a "Biga", como é conhecida entre os seus companheiros de luta sindical e política, tem larga trajetória no movimento social, além de ser detentora de um discurso com forte conteúdo. Abgail também se destaca pela facilidade de se comunicar, pela simpatia e pela militância aguerrida. Foram essas credenciais que levaram o PCdoB a elege-la para assumir a candidatura do partido

Natural de Caxias do Sul, Abgail tem 49 anos. Formada em Pedagogia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), com pós-graduação em Psicopedagogia pela Universidade Castelo Branco (RJ), Biga é servidora pública lotada na Biblioteca Municipal de Caxias.
Abgail entra na disputa com a propriedade de uma militante ativa para mostrar ao povo gaúcho que não basta ser mulher. É preciso estar engajada na luta em defesa das mulheres. A comunista reúne todas as credenciais falar nesse campo. Ela iniciou a militância em 1981 no movimento estudantil. Três anos mais tarde filou-se ao PCdoB, mantendo-se fiel ao partido que escolheu para militar. Com a garra de uma trabalhadora comunista, a jovem Biga participou da fundação da União das Mulheres Caxienses (UMCA) e da União Brasileira de Mulheres (UBM).
Esse foi só o começo da trajetória de lutas por políticas públicas que passaram a integrar o currículo de Abgail, que recebeu dos pais Almiro Pereira e Andradina Rodrigues Pereira o nome de batismo de Dilce Abgail Rodrigues Pereira quando nasceu em 30 de julho de 1960. Única filha mulher entre nove filhos, a comunista se destacou desde criança. O carisma e a ternura fizeram com que a identidade de nascimento fosse carinhosamente alterada para Abgail Pereira ou simplesmente Biga.
Com destacada atuação no movimento sindical, foi presidente por três mandatos e é atual vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro, Restaurantes, Bares e Similares e em Turismo e Hospitalidade de Caxias do Sul (Sintrahtur). Foi ainda vice-presidente da (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comercio e Serviços (Contracs) e integra a direção executiva da terceira maior central do país, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), onde dirige a secretaria de Mulheres. Em 2009, foi eleita para a direção nacional do PCdoB e, no RS, faz parte da Comissão Política da direção do partido.
Em 2008, tornou-se candidata a vice-prefeita em Caxias do Sul na chapa liderada pelo petista Pepe Vargas. Antes, em 2004, concorreu à vereadora para a Câmara de Caxias do Sul. Não se elegeu, mas tornou-se a terceira mulher mais votada naquele pleito. Casada com Guiomar Vidor, é mãe de Thomaz e Filipe.
Abgail, tenta pela primeira vez chegar ao Senado Federal para continuar escrevendo a sua história e colocar em prática os ideais que acompanham desde a juventude.
Trabalho em defesa da mulher
A trajetória política de Abgail Pereira demonstra o seu comprometimento com a luta por políticas públicas voltadas à mulher. Uma das batalhas e conquistas foi pela implantação da Delegacia para Mulher em Caxias do Sul.
Abgail teve ainda forte atuação na Constituinte e na elaboração da Lei Orgânica do Município (LOM).
A comunista foi a primeira assessora política do Legislativo de Caxias do Sul, onde trabalhou ao lado de um dos maiores nomes da luta de gênero na sua terra natal: a então vereadora Raquel Grazziotin.
Nos governos de Pepe Vargas na prefeitura de Caxias do Sul, Abgail participou da elaboração e implantação do estatuto da Casa de Apoio Viva Raquel, instituição que passaria a abrigar mulheres vítimas da violência doméstica.
Herança do tradicionalismo
Além da atuação política e sindical, Abgail Pereira reúne ainda qualidades e virtudes que a aproximam da história do Rio Grande do Sul. Nascida em família de tradicionalistas, desde os primeiros anos aprendeu a amar a história riograndense e os costumes do seu povo, participando de várias atividades como integrante da Invernada Artística do CTG Paixão Cortes. O tradicionalismo faz parte da vida de Abgail, que tem contribuído de forma intensa para a difusão dos CTGs e da sua cultura, como declamadora e componente do corpo de dança.
Da redação local, com Roberto Carlos Dias
retirado de www.vermelho.org.br
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